Condromalacia Patelar
- contato811526
- 17 de abr. de 2023
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Conceitualmente, condromalácia patelar significa um amolecimento da cartilagem que reveste a patela. No Brasil, porém, o termo tem sido utilizado de forma genérica para se referir a todas as dores na região anterior do joelho, independentemente do comprometimento ou não da cartilagem.
Os termos dor femoropatelar, hipertensão patelofemoral ou síndrome patelofemoral são também utilizados para descrever o problema e, de fato, são mais corretos do ponto de vista técnico daquilo que realmente está acontecendo no joelho. Mas, por seu uso corriqueiro, adotaremos aqui o termo condromalácia como sinônimo de todos estes quadros dolorosos.
Como veremos adiante, porém, muitos pacientes com dor femoropatelar apresentam exame de ressonância magnética com a cartilagem completamente normal. Mesmo quando o exame mostra a lesão na cartilagem, a dor muitas vezes tem mais relação com as forças envolvidas na articulação do que com as alterações da cartilagem propriamente ditas.
O principal motivo para a dor na frente do joelho é a sobrecarga mecânica devido ao aumento das forças de compressão entre a patela e a tróclea. A patela habitualmente já suporta uma alta carga com os movimentos do joelho: ao subir ou descer escadas, a força despendida na articulação equivale a três vezes o peso do corpo. Na corrida, chega a dez vezes o peso corporal. Na condromalácia, estes números aumentam bastante, dando origem às dores.
A cartilagem da patela é uma das mais espessas do organismo, justamente em função das altas cargas que passam pela articulação durante as atividades do dia a dia e, principalmente, com a prática esportiva de alto impacto. Em pacientes com condromalácia patelar, o desequilíbrio mecânico faz com que esta carga seja ainda maior, podendo dar origem às lesões da cartilagem da patela, a chamada condropatia patelar. Estas lesões são classificadas em quatro graus:
Grau I: Edema e amolecimento da cartilagem;
Grau II: Lesão superficial, envolvendo menos de 50% da espessura da cartilagem;
Grau III: Lesão profunda, com mais de 50% da espessura da cartilagem;
Grau IV: Lesão de espessura total, com exposição do osso subcondral.
Quanto antes o diagnóstico da condromalascia, melhor o prognóstico, ou seja, o resultado final do tratamento. Por se tratar de uma lesão causada devido sobrecarga articular, o emprego de exercícios de fortalecimento e propriocepção são os principais tratamentos. Uma mudança de hábitos alimentares e estilo de vida também, pois sabemos que trata-se de uma doença inflamatória e pacientes com sobrepeso e obesos são inflamados cronicamente.
O emprego de medicina regenerativa nos casos de lesões grau I e II tem ótimos resultados com uma melhora da cartilagem. Nos graus mais avançados também são importantes com resultados positivos. Associado ao tratamento da dor com bloqueios dos nervos geniculares, conseguimos fazer o paciente retornar às atividades físicas que ajudarão na não progressão da doença.
A avaliação médica presencial, com exame físico, é imprescindível para diagnóstico e definir melhor tratamento.
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